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Suínos em números

Suínos em números: Um salto histórico na pecuária Suínos em números: Um salto histórico na pecuária

Índice:

Um salto histórico na pecuária

A suinocultura brasileira tem experimentado um crescimento excepcional nos últimos anos, consolidando-se como um dos pilares da pecuária nacional e um destaque no agronegócio global. Em 2023 e 2024, o setor alcançou marcas históricas em produção, exportação e consumo interno, impulsionado por avanços tecnológicos, sanidade animal e estratégias de mercado.

Este artigo, elaborado para o portal XConecta Agro Brasil, apresenta uma análise técnica e detalhada dos números que evidenciam esse salto histórico, com projeções para 2025 e reflexões sobre os desafios e oportunidades que moldam o futuro da cadeia suína no país.

Com dados atualizados até março de 2025 e um olhar crítico sobre o desempenho do setor, exploraremos como a suinocultura se tornou uma força econômica, gerando bilhões de reais e posicionando o Brasil como o quarto maior produtor e exportador mundial de carne suína. Acompanhe esta leitura para entender os fatores por trás desse sucesso e o que esperar nos próximos meses e anos.

A evolução da suinocultura brasileira em 2023 e 2024

A suinocultura no Brasil viveu um período de transformação significativa nos últimos dois anos, com números que refletem tanto a resiliência do setor quanto sua capacidade de adaptação a cenários desafiadores. Em 2023, a produção de carne suína atingiu um patamar histórico, consolidando o país como um dos líderes globais na pecuária de suínos. Em 2024, os dados consolidados, disponíveis em março de 2025, confirmam a continuidade desse crescimento, com novos recordes em abate e exportações.

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Produção recorde em 2023 e 2024

Em 2023, o Brasil produziu aproximadamente 5,299 milhões de toneladas de carne suína, um aumento de 2,16% em relação ao ano anterior, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse volume foi impulsionado pelo abate de 57,17 milhões de cabeças, o maior registrado até então na série histórica iniciada em 1997. Já em 2024, o número de abates alcançou um novo recorde de 57,86 milhões de cabeças, um crescimento de 1,2% em relação a 2023, totalizando 684,24 mil cabeças a mais, conforme divulgado pelo IBGE em 18 de março de 2025. A produção estimada para 2024 foi de cerca de 5,363 milhões de toneladas, mantendo a trajetória ascendente.

A região Sul, composta por Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, continuou sendo o coração da suinocultura nacional, respondendo por cerca de 52% do plantel total em 2024, ou seja, aproximadamente 30,09 milhões de cabeças. Santa Catarina liderou o ranking nacional, com 29,1% do abate total (16,83 milhões de cabeças), apesar de uma leve queda de 14,18 mil cabeças em relação a 2023. O Paraná, por outro lado, viu um aumento significativo, abatendo 12,34 milhões de cabeças no ano, com um incremento de 281,36 mil cabeças, enquanto o Rio Grande do Sul abateu 10,89 milhões de cabeças, crescendo 189,56 mil cabeças.

Exportações em alta: O mercado internacional em foco

As exportações de carne suína em 2023 alcançaram um recorde de 1,23 milhão de toneladas, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), representando um crescimento de 8,5% em relação a 2022. Santa Catarina respondeu por 55,5% das vendas externas (683,8 mil toneladas), seguida pelo Rio Grande do Sul (280,9 mil toneladas) e Paraná (169,9 mil toneladas). A China permaneceu como o principal destino, adquirindo 388,6 mil toneladas, um aumento de 15,6% em relação ao ano anterior.

Em 2024, os dados consolidados até o final do ano, disponíveis em março de 2025, indicam que as exportações totalizaram 1,28 milhão de toneladas, um crescimento de 4,1% em relação a 2023. As Filipinas consolidaram-se como o segundo maior destino, com 157,7 mil toneladas (12,3% do total), enquanto a China reduziu ligeiramente suas compras para 375,2 mil toneladas, reflexo da recomposição de seu plantel após a crise da Peste Suína Africana. Esse desempenho destaca a diversificação de mercados, uma estratégia essencial para o setor.

Consumo interno: Um salto per capita

O consumo interno de carne suína também registrou avanços expressivos. Em 2023, a disponibilidade per capita atingiu 20,68 quilos por habitante, um aumento de 36,9% em relação aos 15,1 quilos de 2015. Em 2024, esse número subiu para 20,92 quilos por habitante, segundo estimativas baseadas no abate e na oferta interna, refletindo a competitividade da carne suína frente a outras proteínas animais, como a bovina e a avícola. Campanhas da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), como “Escolha + Carne Suína”, contribuíram para esse aumento.

No segundo trimestre de 2024, o IBGE apontou um abate de 14,55 milhões de cabeças, com um peso acumulado de carcaças de 1,34 milhão de toneladas, indicando uma oferta robusta que atendeu tanto ao mercado interno quanto às demandas externas. Em 2025, até março, os primeiros indicadores sugerem uma estabilização do consumo em torno de 21 quilos per capita, com preços acessíveis mantendo a demanda aquecida.

Fatores impulsionadores do crescimento

  • Sanidade animal: O status de zona livre de febre aftosa sem vacinação, reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) em 2021, continuou a abrir portas para novos mercados em 2024.
  • Redução de custos: A queda nos preços do milho e do farelo de soja em 2023 e início de 2024 melhorou as margens dos suinocultores, embora oscilações no segundo semestre de 2024 tenham trazido desafios.
  • Tecnologia e genética: O uso de linhagens genéticas mais eficientes e tecnologias de manejo elevou a produtividade, com uma taxa média de conversão alimentar de 2,6:1 em granjas tecnificadas.

Projeções para 2025: O que esperar da suinocultura?

Com base nos resultados de 2023 e 2024, e considerando os dados disponíveis até março de 2025, o setor projeta um crescimento moderado para o restante do ano. A produção deve avançar cerca de 1% em relação a 2024, alcançando aproximadamente 5,42 milhões de toneladas, enquanto as exportações podem crescer 2,5%, chegando a 1,31 milhão de toneladas até dezembro de 2025.

Expansão de mercados internacionais

A diversificação de destinos seguirá como prioridade em 2025. Países como Japão, Coreia do Sul e Chile, que aumentaram suas importações em 2024, devem consolidar-se como parceiros estratégicos. O Paraná, por exemplo, já negocia com delegações do Sudeste Asiático em 2025, aproveitando seu status sanitário e a capacidade de suas cooperativas.

China: Uma demanda em transição

A China, embora ainda o maior comprador, deve reduzir suas importações para cerca de 360 mil toneladas em 2025, segundo projeções do USDA, devido à produção doméstica estimada em 56,5 milhões de toneladas. Esse cenário reforça a necessidade de explorar mercados alternativos, como Vietnã e México, que mostram interesse crescente na carne suína brasileira.

Consumo interno e desafios de custo

No mercado interno, o consumo per capita deve se estabilizar entre 20,8 e 21,2 quilos por habitante em 2025, sustentado pela acessibilidade da carne suína. No entanto, a safra de grãos 2024/2025, impactada por condições climáticas adversas no início do ano, elevou os preços do milho em 8% até março, pressionando os custos de produção e exigindo ajustes na gestão das granjas.

Sustentabilidade e bem-estar animal

A sustentabilidade ganha destaque em 2025, com exigências crescentes de mercados internacionais. O uso de biodigestores para tratar dejetos suínos, que geram energia renovável, já é realidade em 15% das granjas do Sul, segundo a Embrapa. Além disso, certificações de bem-estar animal, como a eliminação de gaiolas de gestação, começam a ser adotadas em resposta a demandas de consumidores europeus.

  • Emissões controladas: A redução de 12% nas emissões de gases de efeito estufa por tonelada de carne produzida entre 2023 e 2024 é um avanço notável.
  • Rastreabilidade: Sistemas blockchain para rastrear a cadeia produtiva estão em teste em Santa Catarina, com previsão de expansão até o final de 2025.

Impacto econômico: Bilhões em movimento

A suinocultura movimentou R$ 371,6 bilhões em 2023, segundo a ABCS, e estima-se que esse valor tenha subido para R$ 385 bilhões em 2024, com base nos dados de produção e exportação. Em 2025, o setor pode ultrapassar os R$ 390 bilhões, consolidando-se como uma das cadeias mais dinâmicas do agronegócio brasileiro.

Geração de empregos e integração

A cadeia suína emprega cerca de 1,2 milhão de pessoas diretamente e 3,5 milhões indiretamente, com o modelo de integração entre produtores e agroindústrias como pilar. Em 2024, o Paraná tinha 44% de suas 2,15 milhões de matrizes no sistema integrado, enquanto cooperativas verticalizadas respondiam por 25% da produção estadual.

Liderança da região Sul: Maiores Produtores de Suínos

  • Santa Catarina: Exportou 689,2 mil toneladas em 2024, mantendo-se como líder nacional.
  • Paraná: Com um aumento de 281,36 mil cabeças abatidas em 2024, o estado é o segundo maior produtor.
  • Rio Grande do Sul: Terceiro colocado, abateu 10,89 milhões de cabeças em 2024, com destaque para o Vale do Taquari.

Comparação global: Brasil no cenário mundial

Em 2024, o Brasil consolidou-se como o quarto maior produtor mundial, com 5,363 milhões de toneladas, atrás da China (56 milhões), União Europeia (21 milhões) e Estados Unidos (12,8 milhões). Em 2025, a projeção é manter essa posição, com uma fatia de 4,5% do mercado global.

Desafios e oportunidades para o futuro

Apesar do sucesso, a suinocultura enfrenta desafios como a volatilidade dos custos, a adaptação às mudanças climáticas e a concorrência internacional. A alta de 8% no preço do milho em março de 2025, por exemplo, já preocupa produtores.

Inovação como diferencial

A adoção de inteligência artificial no monitoramento de granjas e o uso de drones para gestão de pastagens são tendências que devem se intensificar em 2025, reduzindo custos e aumentando a eficiência.

Capacitação e sucessão rural

Programas de capacitação, como os oferecidos pelo Senar, e incentivos para jovens agricultores são essenciais para garantir a continuidade do setor, especialmente no Sul, onde a média de idade dos suinocultores é de 48 anos.

Conclusão: Um setor em ascensão

A suinocultura brasileira vive um momento histórico, com recordes em 2024 (57,86 milhões de cabeças abatidas) e um futuro promissor em 2025. Para a XConecta Agro Brasil, acompanhar essa evolução é essencial para conectar o agronegócio e oferecer análises atualizadas. Com bilhões em movimento e uma posição de destaque global, os suínos em números revelam a força de uma pecuária inovadora e resiliente. 

Fique por dentro das análises técnicas, números atualizados e projeções para 2025 no seu portal do agronegócio.

De exportações bilionárias a inovações sustentáveis, conectamos você ao futuro da pecuária suína. Acompanhe na XConecta Agro Brasil o que impulsiona o setor que não para de crescer!

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