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Santa Catarina: O Gigante da Carne Suína!
Santa Catarina é sinônimo de excelência na suinocultura brasileira. Com números impressionantes e um modelo produtivo que combina tradição, tecnologia e sustentabilidade, o estado se consolida como o maior produtor e exportador de carne suína do país. Em 2024, Santa Catarina exportou 720 mil toneladas de carne suína, representando 57% das exportações nacionais, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Vamos explorar como o estado alcançou esse status, os números que movem o setor, os desafios superados e o que o futuro reserva para esse gigante da carne suína!
A Suinocultura Catarinense: Um Modelo de Sucesso
Por que Santa Catarina Lidera?
Santa Catarina é o coração da suinocultura brasileira. Em 2024, o estado abrigava 16,88 milhões de cabeças de suínos, cerca de 29,5% da produção nacional, conforme dados do IBGE. Esse domínio é resultado de um modelo produtivo eficiente, com cooperativas fortes, tecnologia de ponta e um status sanitário único: Santa Catarina é a única área do Brasil reconhecida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como livre de febre aftosa sem vacinação.
Esse selo sanitário é um passaporte para mercados exigentes, como Japão, Coreia do Sul e México. A rastreabilidade e a qualidade da carne suína catarinense conquistam consumidores globais, enquanto o cooperativismo garante escala e competitividade. Mas como o estado chegou tão longe?
O Papel do Oeste Catarinense
O Oeste de Santa Catarina é o epicentro da produção. Cidades como Concórdia, Seara e Chapecó concentram granjas e frigoríficos que movimentam bilhões. Concórdia, por exemplo, é o quinto maior município produtor de suínos do Brasil, segundo a Embrapa, e abriga o Centro Nacional de Pesquisa de Suínos e Aves, que em 2025 celebra 50 anos de inovações.
A região transformou a criação de suínos, antes uma atividade de subsistência, em uma indústria poderosa. Hoje, a suinocultura representa 54% da economia agropecuária em cidades como Concórdia, segundo a Secretaria de Estado da Agricultura.
Números que Impressionam: Santa Catarina no Topo
Ranking dos Maiores Produtores em 2024
Santa Catarina lidera com folga a produção de carne suína no Brasil. Segundo o IBGE, os dados de 2024 mostram o seguinte ranking dos principais estados produtores:
- Santa Catarina: 1,42 milhão de toneladas (32,4% da produção nacional).
- Paraná: 980 mil toneladas (22,0% da produção).
- Rio Grande do Sul: 640 mil toneladas (18,2% da produção).
- Minas Gerais: 410 mil toneladas (9,2% da produção).
- Mato Grosso: 210 mil toneladas (4,7% da produção).
Santa Catarina produziu 1,42 milhão de toneladas em 2024, um aumento de 0,6% em relação a 2023, apesar de uma retração no volume de abate (-0,18%), segundo o IBGE. A eficiência produtiva, com granjas modernas e alta conversão alimentar, mantém o estado na liderança.
Exportações: Conquistando o Mundo
Em 2024, Santa Catarina exportou 720 mil toneladas de carne suína, gerando US$ 1,48 bilhão em receita, um crescimento de 38% em volume em relação a 2022, conforme a ABPA. No primeiro semestre de 2025, o estado já embarcou 374,3 mil toneladas, um aumento de 11% em relação ao mesmo período de 2024. Os principais destinos incluem:
- China: 42% das exportações, apesar de uma redução em relação a anos anteriores.
- Filipinas: Crescimento de 20% em 2024, um mercado em ascensão.
- Japão: Mercado premium, exigente em qualidade sanitária.
- México: Novo mercado, com importações iniciadas em 2024.
Esses números mostram como Santa Catarina mantém sua posição de gigante da carne suína, mesmo com desafios globais como a concorrência com Estados Unidos e União Europeia.
Tecnologia e Inovação: A Vanguarda da Suinocultura
Embrapa: O Cérebro da Suinocultura
A Embrapa Suínos e Aves, em Concórdia, é um pilar da inovação. Em 2025, o centro completa 50 anos, e seu legado inclui o suíno light, desenvolvido há quase 30 anos, com menos gordura e maior rendimento de carcaça. Hoje, a Embrapa foca em:
- Nutrição: Rações mais eficientes, reduzindo custos.
- Sanidade: Protocolos contra doenças como a Peste Suína Africana.
- Genética: Melhoramento de raças para maior productivity.
- Sustentabilidade: Tecnologias para reduzir emissões e resíduos.
Essas inovações permitem que Santa Catarina produza carne suína com um custo de US$ 1,28 por quilo vivo em 2022, um dos mais baixos do mundo, segundo a rede InterPIG.
Automação e Digitalização
A tecnologia está transformando as granjas catarinenses. Em 2024, 30% das granjas do estado usavam automação, como sensores para monitoramento de saúde animal e drones para mapeamento de cultivos, segundo a Secretaria de Estado da Agricultura. Inteligência artificial otimiza a alimentação, reduzindo desperdícios e aumentando a eficiência.
Na granja da família Piovesan, em Concórdia, robôs alimentam os suínos ao som de música clássica, enquanto sistemas de climatização garantem o bem-estar animal. Essas inovações não só melhoram a produtividade, mas também atendem às exigências de mercados internacionais por sustentabilidade e qualidade.
Desafios da Suinocultura: Como Santa Catarina se Adapta?
Dependência de Grãos
A suinocultura depende de milho e soja, que representam 80% dos custos de produção, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Em 2024, Santa Catarina enfrentou um déficit de 4,8 milhões de toneladas de grãos devido a condições climáticas adversas, segundo a Epagri. Isso elevou os custos temporariamente.
Para mitigar, o estado investe em culturas alternativas, como trigo e cevada, cultivadas no inverno. Além disso, a safra de milho 2024/25, projetada em 132 milhões de toneladas pela Conab, trouxe alívio, com preços do milho caindo para R$ 40 por saca em algumas regiões.
Concorrência Global
Santa Catarina compete com gigantes como Estados Unidos, União Europeia e Canadá. Em 2024, o Brasil foi o quarto maior exportador mundial, com 11,4% do mercado global, segundo o USDA. A projeção é que o país ultrapasse o Canadá e Santa Catarina será essencial nesse avanço, com novos mercados como México e Filipinas.
A recente imposição de tarifas de 50% pelos EUA, anunciada em julho de 2025, tem impacto limitado na suinocultura, já que apenas 1,17% das exportações de carne suína brasileira vão para os EUA, segundo a ABPA. Ainda assim, o estado monitora o mercado para manter sua competitividade.
Impacto Econômico e Social: Mais que Carne, um Estilo de Vida
Geração de Empregos
A suinocultura é um motor econômico. Em 2024, o setor gerava 70 mil empregos diretos e 160 mil indiretos em Santa Catarina, segundo estimativas da Secretaria de Estado da Agricultura. Além do campo, a cadeia produtiva impulsiona serviços urbanos, como transporte, comércio e hotelaria, especialmente no Oeste.
Em Concórdia, por exemplo, a suinocultura movimenta desde borracharias até restaurantes, criando uma economia integrada. O impacto vai além dos números, transformando comunidades inteiras.
Sucessão Familiar e Permanência no Campo
A suinocultura é uma história de famílias. 85% das propriedades rurais catarinenses são familiares, segundo a Epagri. A rentabilidade do setor permite investimentos em educação e infraestrutura, incentivando jovens a permanecerem no campo.
Na propriedade de Miriam e Cláudio Rovani, em Concórdia, a produção de 7.300 leitões por ano é um exemplo de como a atividade sustenta gerações. Cooperativas como a Copérdia oferecem assistência técnica constante, garantindo que cada leitão desmamado a mais represente um ganho significativo.
Qualidade e Segurança: A Carne Suína Catarinense
Um Produto Premium
A carne suína catarinense é reconhecida mundialmente por sua qualidade. Graças às inovações genéticas da Embrapa, ela tem menos gordura e mais nutrientes, sendo muitas vezes mais magra que cortes de frango ou carne bovina. A rastreabilidade, do campo ao prato, garante segurança alimentar, um diferencial valorizado por mercados como o Japão.
Em 2024, o consumo per capita de carne suína no Brasil atingiu 19,52 kg, segundo o IBGE, refletindo a crescente aceitação do produto. Santa Catarina lidera essa tendência, oferecendo cortes versáteis e saudáveis.
Status Sanitário Impecável
O status de área livre de febre aftosa sem vacinação é um orgulho catarinense. Protocolos rigorosos de biossegurança protegem contra doenças como a Peste Suína Africana, que afeta concorrentes globais. Em 2025, a Embrapa intensificou pesquisas sobre o PCV2d e PCV3, vírus que desafiam a sanidade, reforçando a vigilância genômica.
Esse cuidado mantém a confiança de mercados internacionais, como a China, que, apesar de reduzir importações, ainda representa 33,8% das exportações brasileiras em 2024.
O Futuro da Suinocultura: O que Vem por Aí?
Expansão de Mercados
O futuro é promissor. Em 2025, o Brasil deve consolidar sua posição como terceiro maior exportador mundial de carne suína, segundo o USDA, superando o Canadá. Santa Catarina liderará esse crescimento, com projeções de 750 mil toneladas exportadas em 2025, segundo a ABPA.
No primeiro semestre de 2025, as exportações brasileiras já cresceram 17,6% em volume e 32,6% em receita, totalizando 722 mil toneladas e US$ 1,723 bilhão, com Santa Catarina na liderança.
Sustentabilidade: Um Compromisso
A sustentabilidade é prioridade. Em 2024, 15% das granjas catarinenses usavam biodigestores para transformar dejetos em energia, segundo a Epagri. O Projeto Suinocultura Sustentável, da Embrapa, apresentado em 2024 na FIESC, desenvolve indicadores para reduzir o impacto ambiental e aumentar a competitividade.
Iniciativas como o Programa Biogás SC, da FIESC, transformam resíduos suínos em energia renovável, alinhando o setor às metas globais de descarbonização.
Educação e Capacitação
A capacitação é essencial para o futuro. Programas da Epagri e cooperativas como Aurora e Cooperalfa oferecem treinamentos em manejo, biossegurança e gestão. Em 2025, a Associação Catarinense de Criadores de Suínos expandiu sua central de sêmen em Concórdia, produzindo 16 mil doses mensais, fortalecendo a genética do plantel.
Esses esforços garantem que a próxima geração de suinocultores esteja preparada para os desafios do mercado global, mantendo Santa Catarina na vanguarda.
Conclusão: O Orgulho de Ser o Gigante da Carne Suína
Santa Catarina é mais do que números. É um exemplo de como dedicação, inovação e cooperação transformam uma atividade rural em um motor de desenvolvimento. Com 720 mil toneladas exportadas em 2024, 29,5% da produção nacional e uma cadeia que emprega milhares, o estado é o gigante da carne suína no Brasil.
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Leandro Gugisch