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Maiores Produtores de Tomate-Cereja no Brasil e Variedades.
O tomate-cereja (Solanum lycopersicum var. cerasiforme) é uma das hortaliças mais apreciadas no Brasil, tanto pelo seu sabor adocicado quanto pela versatilidade em pratos gastronômicos e pela alta rentabilidade no mercado. Com tamanho reduzido (2 a 3 cm de diâmetro), elevado teor de sólidos solúveis (grau Brix de 9 a 12) e apelo visual, ele conquistou espaço em saladas, petiscos e pratos gourmet.
No Brasil, sua produção tem crescido significativamente, impulsionada pela demanda por produtos frescos, orgânicos e de alto valor agregado. Este artigo detalha as características do tomate cereja, suas variedades, diferenças, os maiores produtores no Brasil e os dados mais recentes disponíveis até junho de 2025, com base em informações públicas e tendências do setor.
Características Gerais do Tomate-Cereja
O tomate cereja é uma variedade pequena do tomateiro, com frutos que variam de 3 a 10 cm de circunferência e peso médio de 10 a 20 g. Seu sabor é marcadamente mais doce que o do tomate comum, com um grau Brix (medida de sólidos solúveis, como açúcares) que varia entre 9 e 12, enquanto o tomate tradicional tem entre 4 e 6. Essa doçura, aliada à textura firme e à casca brilhante, o torna ideal para consumo in natura, em saladas, aperitivos, conservas e até sobremesas.
Benefícios Nutricionais
- Licopeno: Rico em licopeno (3,31 mg por 100 g), um antioxidante que auxilia na prevenção de doenças cardiovasculares e câncer.
- Vitaminas e Minerais: Contém vitaminas A, C e do complexo B, além de potássio, cálcio, fósforo e ácido fólico, com maior concentração em frutos maduros.
- Baixa Caloria: Com cerca de 14 calorias por 100 g, é composto majoritariamente por água, sendo ideal para dietas balanceadas.
Vantagens Agronômicas
- Alta Produtividade: Em cultivos protegidos, como estufas, a produtividade pode alcançar 160 a 166 toneladas por hectare ao ano, com dois ciclos de 180 dias. Em campo aberto, varia de 40 a 60 toneladas por hectare.
- Menor Área de Cultivo: Pode ser cultivado em vasos ou pequenas propriedades, sendo ideal para agricultura familiar.
- Demanda de Mercado: A procura por tomate cereja cresce devido à preferência por alimentos frescos, orgânicos e gourmet.
- Menor Uso de Agrotóxicos: Sistemas protegidos e orgânicos reduzem a necessidade de defensivos, diminuindo custos e impactos ambientais.
Cultivo
O tomate cereja é cultivado em sistemas protegidos (estufas), semi-hidropônicos ou hidropônicos, frequentemente com substratos como fibra de coco, areia ou vermiculita, que garantem melhor controle de nutrientes e umidade. A irrigação por gotejamento é comum, com soluções nutritivas específicas para a cultura. A colheita ocorre entre 55 e 90 dias após o transplantio, dependendo da variedade e do sistema, e é feita manualmente para evitar danos aos frutos.
Variedades de Tomate-Cereja e Diferenças
O tomate cereja abrange diversas variedades, incluindo os tipos cereja, grape e coquetel, cada um com características distintas de formato, sabor, textura e uso culinário. Abaixo, detalhamos as principais variedades cultivadas no Brasil, suas diferenças e aplicações, com base em informações de fontes confiáveis.
1. Tomate Cereja Clássico
- Características: Frutos redondos, com 2 a 3 cm de diâmetro e peso de 10 a 15 g. Coloração vermelha intensa, com sabor adocicado (Brix de 9 a 11). Textura macia, ideal para consumo in natura.
- Híbridos Populares:
- BRS Zamir (Embrapa): Desenvolvido para o clima brasileiro, tem alta resistência a doenças como o vírus do mosaico do tomateiro (ToMV), murcha de fusário (Fol 0-1) e murcha de verticílio (Va, Vd). Sabor doce e coloração brilhante. Ideal para cultivo orgânico e protegido.
- Sweet Heaven: Usado em cultivos protegidos no Ceará, com produtividade de até 166 t/ha/ano. Frutos uniformes e resistentes a rachaduras.
- Mascot: Alta produtividade em solo descoberto, com frutos pequenos e sabor equilibrado.
- Usos: Saladas, petiscos, conservas e decoração de pratos.
- Diferenças: Comparado ao grape, é mais macio e menos firme, com formato esférico.
2. Tomate Grape
- Características: Frutos alongados, semelhantes a uvas, com 15 a 20 g e Brix de 8 a 10. Textura mais firme e sabor mais intenso devido ao equilíbrio entre açúcares e acidez. Disponível em cores vermelha e amarela.
- Híbridos Populares:
- Dolce Vita: Frutos de 20 g, com até 22 frutos por penca. Planta vigorosa, resistente a ToMV, TSWV (vira-cabeça), fusário e verticílio. Ideal para hidroponia.
- Sweet Grape: Conhecido como “uva doce”, tem elevado teor de açúcares, sendo preferido como snack, especialmente por crianças.
- Usos: Consumo in natura, petiscos, saladas e pratos gourmet. Popular em mercados infantis devido ao sabor.
- Diferenças: Mais firme e alongado que o cereja clássico, com sabor mais pronunciado e menor maciez.
3. Tomate Coquetel
- Características: Frutos intermediários entre cereja e salada, com 20 a 40 g. Sabor adocicado, mas menos intenso que o cereja (Brix de 7 a 9). Formato redondo ou oval, com casca resistente.
- Híbridos Populares:
- Tigre: Cultivado organicamente, com coloração atrativa e resistência a doenças foliares. Indicado para cultivo protegido e campo aberto.
- Cheri: Produz maior número de frutos por planta, mas com menor peso individual. Ideal para estufas.
- Usos: Drinks, canapés, pizzas e sobremesas. Muito usado em gastronomia sofisticada.
- Diferenças: Maior que o cereja e grape, com sabor menos doce, mas ainda versátil para pratos elaborados.
4. Tomate-Cereja “Mini-Italiano”
- Características: Formato alongado, semelhante ao tomate italiano, com 15 g e Brix de até 11. Alta resistência a rachaduras e doenças como fusário e verticílio.
- Híbridos Populares:
- Gisela: Alta produtividade em solo, com frutos uniformes e sabor doce.
- Usos: Molhos, saladas e assados. Ideal para mercados que buscam variedades diferenciadas.
- Diferenças: Combina o sabor doce do cereja com a forma alongada do italiano, sendo mais robusto para processamento.
5. Outras Variedades Menos Comuns
- Tomate Cereja Amarelo ou Laranja: Variedades como o “Yellow Cherry” têm coloração vibrante e sabor mais suave, com Brix de 8 a 10. São raros no Brasil, mas valorizados em mercados gourmet.
- Tomate Cereja Orgânico: Variedades como o BRS Zamir são adaptadas para sistemas orgânicos, com menor uso de agrotóxicos e maior apelo em mercados sustentáveis.
Diferenças-Chave entre os Tomates-Cereja
- Formato: Cereja é redondo; grape é alongado; coquetel é maior e mais robusto; mini-italiano combina forma alongada com tamanho pequeno.
- Sabor: Cereja e grape são mais doces (Brix 8-12); coquetel e mini-italiano têm sabor menos intenso (Brix 7-9).
- Textura: Grape é mais firme; cereja é macio; coquetel e mini-italiano equilibram firmeza e suculência.
- Uso: Cereja e grape para consumo in natura e petiscos; coquetel e mini-italiano para pratos elaborados e processamento.
- Resistência: Variedades como BRS Zamir e Dolce Vita têm pacotes robustos de resistência a doenças, enquanto outras, como Cheri, são menos resistentes, mas produzem mais frutos.
Produção de Tomate Cereja no Brasil em 2025
O Brasil é o 9º maior produtor mundial de tomates, com uma produção total de 4,7 milhões de toneladas em 2024, segundo o IBGE. Embora o tomate cereja represente menos de 1% desse total, sua produção é significativa em nichos de mercado gourmet e orgânico. Dados específicos sobre tomate-cereja em 2025 são limitados, pois o IBGE não separa essa variedade em seus relatórios. No entanto, com base em tendências e informações de fontes confiáveis, é possível estimar a relevância e os principais produtores.
Maiores Produtores de Tomate-Cereja
1. Goiás é o Maior Produtor de Tomate-Cereja
- Produção Total de Tomates: 993 mil toneladas em 2022/23, com rendimento médio de 93,4 t/ha, 23,5% acima da média nacional.
- Tomate Cereja: Embora focado em tomate industrial, Goiás destaca-se no tomate de mesa, incluindo cereja, em cidades como Cristalina. O uso de irrigação e cultivos protegidos impulsiona a produtividade. Em 2025, a tomaticultura goiana mantém sua liderança, com aumento na exportação de suco de tomate, indicando potencial para variedades como o cereja.
- Tendências: Investimentos em estufas e hidroponia crescem, com foco em variedades como BRS Zamir e Sweet Heaven.
2. São Paulo é o Segundo Maior Produtor de Tomate-Cereja
- Produção Total de Tomates: 917 mil toneladas em 2022/23, com valor de R$ 2,4 bilhões.
- Tomate Cereja: Líder em tomate de mesa, São Paulo é um polo de cultivo protegido, com destaque para Itapeva. A proximidade com indústrias processadoras e mercados urbanos favorece a produção de cereja para consumo in natura.
- Tendências: A adoção de cultivos orgânicos e embalagens higienizadas (200-250 g) aumenta a competitividade. Variedades como Dolce Vita e Gisela são amplamente cultivadas.
3. Minas Gerais – Terceiro Maior Produtor de Tomate-Cereja
- Produção Total de Tomates: 578 mil toneladas em 2022/23, com valor de R$ 965 milhões.
- Tomate Cereja: Carandaí e Jaíba destacam-se na agricultura familiar, com cultivos protegidos e orgânicos. O tomate cereja é valorizado pela baixa necessidade de agrotóxicos e preços estáveis (R$ 5/kg no atacado).
- Tendências: Pequenos produtores investem em variedades resistentes, como BRS Zamir, para atender mercados locais e regionais.
4. Ceará
- Produção Total de Tomates: 170 mil toneladas em 2022, com valor de R$ 598,2 milhões.
- Tomate Cereja: A Serra da Ibiapaba, com municípios como Guaraciaba do Norte, Tianguá e São Benedito, é um polo de cultivo protegido. A produtividade de 166 t/ha/ano em sistemas sem solo (fibra de coco) é destaque.
- Tendências: Parcerias com a Embrapa e o uso de híbridos como Sweet Heaven impulsionam a produção.
5. Bahia
- Produção Total de Tomates: 266 mil toneladas em 2022/23, com valor de R$ 938 milhões.
- Tomate Cereja: Mucugê lidera a produção de cereja, com foco em cultivos orgânicos e protegidos. A demanda por produtos diferenciados cresce no estado.
- Tendências: Investimentos em rastreabilidade e certificação “Brasil Certificado” agregam valor.
Dados Atualizados (2025)
- Produção Nacional: Em 2024, a safra de tomate atingiu 4,7 milhões de toneladas, com Goiás liderando (1,3 milhões de toneladas). Para 2025, a expectativa é de estabilidade ou leve crescimento (2-3%), impulsionado por cultivos protegidos e orgânicos.
- Área Cultivada: Cerca de 54,5 mil hectares em 2024, com aumento de 1,5% previsto para 2025 devido à expansão de estufas.
- Tomate Cereja: A produção de cereja é estimada em 40 mil toneladas anuais, com crescimento de 5% ao ano, puxado pela demanda gourmet e orgânica.
- Preços: O tomate cereja tem maior valor agregado, com preços no atacado entre R$ 5 e R$ 8/kg, dependendo da sazonalidade. A entressafra (julho a setembro) eleva os preços devido à menor oferta.
Desafios e Tendências na Produção
Desafios
- Pragas e Doenças: A mosca-branca, transmissora de geminivírus, é a principal praga. Medidas como telamento de estufas e eliminação de restos culturais são essenciais.
- Clima: Temperaturas acima de 32°C podem causar queda de flores, reduzindo a produtividade. Cultivos protegidos minimizam esse impacto.
- Custos: O cultivo protegido exige alto investimento inicial (estufas, substratos, fertirrigação), mas é compensado pela maior produtividade e qualidade.
- Organização do Setor: A tomaticultura é pouco estruturada, com perdas de até 30% na colheita e transporte devido a danos mecânicos.
Tendências
- Cultivo Orgânico: A demanda por tomates orgânicos cresce, com variedades como BRS Zamir sendo adaptadas para sistemas sem agrotóxicos.
- Produção Integrada: O selo “Brasil Certificado” incentiva práticas sustentáveis, como redução de agrotóxicos e rastreabilidade.
- Tecnologias: Hidroponia e substratos como fibra de coco aumentam a produtividade e a qualidade dos frutos.
- Mercado Gourmet: Embalagens de 200-250 g e variedades coloridas (amarelo, laranja) ganham espaço em mercados urbanos.
- Exportação: O aumento nas exportações de suco de tomate indica potencial para o cereja em mercados internacionais.
Conclusão
O tomate cereja é uma cultura de alto potencial no Brasil, com variedades como BRS Zamir, Sweet Heaven, Dolce Vita e Gisela liderando o mercado devido à resistência a doenças, sabor adocicado e produtividade. Estados como Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Ceará e Bahia destacam-se na produção, com foco em cultivos protegidos e orgânicos. Em 2025, a tomaticultura brasileira mantém sua relevância, com 4,7 milhões de toneladas produzidas e crescimento projetado de 2-3%. A adoção de tecnologias, como hidroponia e estufas, e a valorização de práticas sustentáveis garantem a competitividade do tomate cereja, atendendo à crescente demanda por produtos frescos, saudáveis e de alto valor agregado.
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Leandro Gugisch