Índice:
A adoção de plantas de cobertura
A adoção de plantas de cobertura é uma estratégia cada vez mais essencial para agricultores que buscam produtividade, sustentabilidade e saúde do solo. Neste artigo você vai descobrir:
- o que são plantas de cobertura e seus benefícios;
- quais espécies usar no Brasil e por quê;
- como aplicar corretamente na sua lavoura;
- ranking de adoção no país com dados oficiais;
- e dicas práticas para potencializar resultados.
Benefícios das Plantas de Cobertura na Lavoura
Plantas de cobertura, também chamadas de adubação verde, trazem múltiplos ganhos:
- Controle da erosão: formam manto vegetal que protege o solo contra vento e água, reduzindo perdas em até 75 % no sistema plantio direto.
- Melhor retenção de umidade: aumentam a infiltração e o armazenamento de água no solo, especialmente em solos argilosos.
- Aumento de fertilidade: leguminosas como crotalária fixam nitrogênio e promovem produção de húmus.
- Quebra de ciclo de plantas daninhas e patógenos: cobertura reduz pressão de doenças e infestação de invasoras no solo.
- Sequestro de carbono e biodiversidade: ajuda a conservação ambiental, especialmente em sistemas agroecológicos.
Espécies mais recomendadas no Brasil
Gramíneas mais utilizadas
- Brachiaria ruziziensis – adotada por cerca de 57 % dos agricultores entrevistados pela Embrapa.
- Milheto (Pennisetum glaucum) – usada por cerca de 54 % dos produtores.
- Aveia, braquiárias diversas – amplamente utilizadas em consórcio ou rotação para cobertura rápida e produção de biomassa.
Leguminosas comuns
- Crotalária spp. – oferece excelente fixação de nitrogênio e boa produção de biomassa, além de propriedades suppressoras de patógenos.
- Nabo-forrageiro (Raphanus sativus) – presente em aproximadamente 37 % das propriedades.
- Outras leguminosas como feijão-guandu, amendoim-forrageiro e estilosantes são usadas por sua capacidade de enriquecer o solo e diversificar a cobertura.
Comparativo técnico entre espécies
Espécie | Matéria seca (biomassa) | Fixação de N | Vantagens agronômicas |
---|---|---|---|
Milheto | Alta (~4.460 kg/ha) | Moderada (não leguminosa) | Crescimento rápido, ideal para entressafra |
Braquiária | Média-alta | Baixa (gramínea) | Excelente adaptação, cobertura robusta |
Crotalária | Média (~1.090 kg/ha) | Alta (~30 kg N/ha) | Excelente fixação N, supressão de patógenos |
Nabo-forrageiro | Média (~2.460 kg/ha) | Moderada | Bom controle de plantas daninhas e rotação |
Estudos mostraram que milheto e crotalária trouxeram maior produtividade quando usados antes do milho, chegando a até 8.800 kg/ha.
Ranking de adoção das plantas de cobertura no Brasil
- Braquiária ruziziensis – usada por 57 % dos produtores.
- Milheto – adotado por 54 %.
- Nabo‑forrageiro – presente em 37 % das propriedades.
Essas espécies lideram principalmente por causa da disponibilidade de sementes e facilidade de manejo.
Como aplicar plantas de cobertura na sua lavoura
Planejamento e época de semeadura
- Semear logo após a cultura de verão ou em consórcio com ela.
- Ideal em períodos de entressafra ou inverno, a depender da região.
Manejo da biomassa
- No plantio direto, use implementos como rolo-faca ou semeadeiras para manter cobertura.
- Dessecação deve ocorrer cerca de 42 dias antes do plantio da cultura principal.
Rotação e consórcio
- Combine espécies: por exemplo, braquiária com crotalária.
- Resultados superiores no milho quando antecedido por milheto ou crotalária.
Casos de uso e resultados práticos
- Redução da erosão: até 93 % menos sedimentos em áreas cobertas.
- Menor incidência de pragas: supressão natural de patógenos e plantas daninhas.
Por que investir em plantas de cobertura agora?
O Brasil deverá colher mais de 333 milhões de toneladas de grãos em 2025, segundo o IBGE. Com isso, a manutenção da fertilidade do solo e sustentabilidade do sistema de produção tornam-se ainda mais estratégicas.
Dicas práticas para adotar cobertura vegetal
✅ Disponibilidade de sementes
Escolha sementes de fornecedores confiáveis, com boa germinação e adaptadas ao clima da sua região.
✅ Análise do solo e escolha de espécies
Solos ácidos? Opte por leguminosas. Precisando de cobertura rápida? Vá de gramíneas como milheto.
✅ Integração no sistema de produção
Use consórcios e rotações com soja, milho, feijão, hortaliças e outras culturas para maximizar os benefícios.
✅ Monitoramento e manejo adaptativo
Acompanhe resultados e faça ajustes de acordo com o desempenho da lavoura e da cobertura.
Conclusão
As plantas de cobertura são ferramentas indispensáveis para quem quer produzir mais, conservar o solo e garantir a sustentabilidade do agro. As espécies mais adotadas—braquiária ruziziensis, milheto e nabo‑forrageiro—trazem resultados comprovados em produtividade, fertilidade e proteção do solo.
Adote essa prática e colha os frutos: solo mais vivo, lavoura mais rentável. A XConecta Agro Brasil segue ao seu lado, conectando o campo ao conhecimento. Até a próxima!
Leandro Gugisch